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Banco Central avança na estruturação do novo Museu da Valores

Inflação, poupança, câmbio serão tratados de forma lúdica e interativa. A expectativa é o museu ampliar o diálogo com múltiplos públicos. Reforma do espaço e detalhamento das 20 atrações são agendas prioritárias

A reestruturação do Museu de Valores para se transformar no primeiro museu de economia da América do Sul entrou em mais uma etapa de instalação, na sede do Banco Central, com o registro fotográfico das mais de 1.700 peças do acervo que comporão o expositor chamado de Numisfera. Esta supervitrine de 13 x 2,6 metros, cujo conteúdo será uma surpresa, mas que podemos antecipar que contará a história dos meios de pagamento no Brasil com cédulas, moedas, vales metálicos, ações, cartões de crédito e até o Pix, que virou febre no país.

O Museu promete, de forma lúdica, divertida, interativa e com experiências sensoriais, ajudar o visitante a entender que a relação dele com o dinheiro no dia a dia faz parte da economia.

O projeto começou com uma discussão interna sobre um novo conceito e identidade para o Museu de Valores do Banco Central. Foi, então, elaborado o Plano Museológico 2018-2022, em que se definiu a nova missão: “convidar o cidadão a conhecer e se reconhecer na vida econômica do Brasil, provocando reflexão e diálogo criativo”.

“Economia não é um assunto que só criança desconhece, adultos também. O assunto ainda é um tabu”, observa Mary Cheng, coordenadora do Museu de Valores do Banco Central.

Com recursos multimídia e de acessibilidade (como libras e maquetes táteis), o público será conduzido a pensar, por exemplo, sobre o conceito do valor e sua evolução no tempo, oferta e demanda, inflação, juros, poupança, investimentos, crédito, câmbio e comércio internacional.

Também tratará de outro tema pouco discutido pela população: a economia do cuidado, relacionado com as atividades de cuidado com a casa e com pessoas e, em geral, não remuneradas, mas é essencial para a continuidade de outros processos econômicos. A viagem pelo mundo da economia será guiada por meio de 20 atrações já definidas e que agora estão em fase de detalhamento. São elas:

Dinheiro, pra que dinheiro? (antiga atração Pra que serve um banco?)
O começo de tudo (antiga atração Ampulheta de sal)
Do Réis ao Real
Supermercado de despesas
Estações de Educação Financeira
Tesouros do Museu (antiga atração Escotilha)
Brasil em movimento
Sala Mundo (antiga atração Mapa mundi)
Sala Ouro (antiga atração Corrida do ouro)
É Real?
Jogos de sustentabilidade
Inflação: O que tem na pança do dragão, Jogo da inflação e hiperinflação
Numisfera
Economia invisível (antiga atração Economia do invisível)
Viagem no tempo
Dinheiro não nasce em árvore (antiga atração Árvore de provérbios)
Ovos de ouro
Galeria
Encantos da Numismática
Temporárias

A transformação conceitual do Museu de Valores está alinhada à estratégia do Banco Central em fomentar a inclusão financeira e a educação financeira e econômica no país. A expectativa é ampliar o diálogo com múltiplos públicos, inspirado por outras experiências internacionais como o MIDE (Museu Interactivo de Economia), no México, pioneiro no tema da economia. A reabertura do Museu de Valores está prevista para 2025.

O financiamento do projeto é realizado com verba do Fundo de Defesa de Direitos Difusos – FDD do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os recursos vêm sendo aplicado em reformas de espaço, curadoria, produções, desenho da expografia, pesquisas históricas entre outras ações que seguem simultaneamente e em diversos estágios de execução.

Reforma
Agora, o Museu de Valores está fechado para a reforma. O espaço está sendo ampliado para mais de 3 mil metros quadrados, com integração de dois jardins adjacentes, e adaptado às novas necessidades, inclusive de acessibilidade.

Mas os interessados podem acessar o acervo numismático e artístico no site do BC em tour virtual. São cerca de 135 mil peças numismáticas — algumas raríssimas, como a moeda Coração Dom Pedro I — e obras de consagrados artistas, como Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila e Volpi. Ver, inclusive, Composição, Bandeira do Brasil, pintada por Alfredo Volpi, que ganhará espaço de destaque no futuro museu.