DestaquesEconomia

Nos bastidores do brilho: a indústria têxtil e calçadista por trás do Maior São João do Mundo

Além do forró e das comidas típicas, a festa movimenta confecções e fábricas que trabalham o ano inteiro para vestir o espetáculo

O Maior São João do Mundo, realizado em Campina Grande, é mais do que festa, gastronomia e shows lotados. Ele também impulsiona uma cadeia produtiva silenciosa, porém essencial, que dá forma e cor à celebração: a indústria da confecção e do calçado.

Atrás de cada trio de forró, grupo de dança folclórica e, principalmente, das centenas de quadrilhas juninas que encantam o público, existe um exército de costureiras, modelistas, sapateiros e pequenos empresários que começam a trabalhar tão logo termina a edição anterior da festa. É uma produção que nunca para.

As roupas e calçados utilizados nas apresentações são, em sua maioria, confeccionados em pequenas fábricas, ateliês, cooperativas e até dentro das casas dos artesãos. São peças feitas sob medida, com detalhes que misturam tradição, criatividade e acabamento de excelência — elementos indispensáveis para que a magia junina aconteça no palco.

“O que o público vê é a dança, o brilho, a alegria. Mas tudo isso começa muito antes, com o cuidado de quem entende que, para dançar bem, é preciso estar bem vestido e bem calçado”, afirma Maria do Socorro, costureira há 22 anos e referência na produção de trajes típicos em Campina Grande.

Essa cadeia produtiva movimenta o setor têxtil e calçadista da região durante todo o ano. Gera renda, fomenta o empreendedorismo local e mantém viva a tradição de um dos maiores símbolos culturais do Nordeste.

Enquanto o arrasta-pé toma conta das ruas e os forrozeiros se entregam à festa, há quem celebre também os bastidores: a arte de vestir o São João com alma, cor e identidade.

Redação / Edson Di Souza