Economia

LiveBC tirou dúvidas sobre temas do Banco Central

A LiveBC dessa segunda-feira (16) foi um verdadeiro “aulão” sobre assuntos relacionados ao Banco Central. Para marcar a 20ª edição do programa, discutiram-se os temas que mais chamaram a atenção do público nas lives anteriores: Pix, Drex, SVR, Taxa Selic, Copom, inflação, cenário internacional, rotativo do cartão de crédito, entre outros.
Se você não conseguiu assistir à LiveBC, leia abaixo o que foi dito nos principais tópicos abordados ou clique aqui open_in_newe assista ao programa na íntegra. O entrevistado foi o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Maurício Moura.
Queda da Taxa Selic e Copom
A queda recente da Taxa Selic foi o primeiro tema comentado. “O Copom vai seguir reduzindo enquanto achar que há espaço e no ritmo que julgar mais adequado, mas não há um alvo pré-definido de Selic a ser atingido no fim do ciclo de relaxamento”, disse Moura, ao lembrar que o comitê, cujas decisões são muito técnicas, reúne-se novamente daqui a duas semanas.
Cenário internacional
Moura comentou sobre a guerra entre Israel e o Hamas. “Guerra é sempre um fato terrível, um drama humanitário, que tem implicações econômicas. Pode ter grande impacto no preço do petróleo, por exemplo. Mas o conflito está no início, a incerteza afeta todos os países, não apenas o Brasil. É muito cedo para falar do impacto desse conflito no Brasil.”
Câmbio
Sobre o câmbio, também por conta do conflito no Oriente Médio, o diretor do BC lembrou que o regime de câmbio flutuante, adotado pelo Brasil desde 1999, funciona como amortecedor dessas incertezas, reduzindo o impacto na economia real.
Pix
Moura tranquilizou os usuários do Pix sobre boatos envolvendo uma eventual cobrança do serviço. “Existe zero intenção de mudar o uso do Pix. Ele vai continuar sendo 100% gratuito para pessoas físicas. Para empresas, continuarão as cobranças que já ocorrem hoje. Em resumo, não vai ter mudança alguma”, disse.
O diretor também explicou que o Pix não será tributado nem sairá do guarda-chuva do BC, para ser gerido por outro órgão. “O Pix é patrimônio do BC, ele é esse enorme sucesso por conta dos servidores do BC”, completou.
Juros do rotativo do cartão
“Esse mercado tem muitos participantes, que dependem uns dos outros. Temos os instituidores do arranjo, os adquirentes (maquininhas), os emissores, os comerciantes e os usuários do cartão de crédito. Esse equilíbrio é delicado porque existem tarifas cobradas de uns e repassadas a outros”, comentou o diretor.
Ele lembrou que, com a recente decisão do Congresso Nacional de limitar os juros do rotativo do cartão, o setor vai ter que achar outro equilíbrio. “É importante que haja conversa para que a solução seja melhor possível para todos os envolvidos”.
Open Finance
Para o diretor do BC, o Open Finance abre enormes possibilidades para o compartilhamento de informações financeiras. “Ele só beneficia o cliente. Hoje já posso comandar transferências de recursos pelo app de outra instituição financeira que não seja a minha, por exemplo”, lembrou.
Sobre um super app, que englobaria diversos serviços financeiros, ele comentou que é natural esse tipo de convergência na área tecnológica, mas que isso, se concretizado, é uma possibilidade que será explorada pelo mercado.
Drex
Sobre o Drex, que ainda causa dúvida em muita gente, Moura lembrou que ele e o real são a mesma coisa. “A grande diferença é que o Drex é uma moeda eletrônica programável (ao contrário do real), o que significa que posso atrelá-la a um contrato inteligente, que também é programável. Vou poder passar reais para o formato de Drex e pagar um serviço.”
Ainda de acordo com o diretor do BC, os custos e riscos com o Drex serão bem menores, e haverá ganhos de eficiência. “Vai beneficiar toda a economia do Brasil e a população, incluindo os pequenos empresários”, disse Moura, ao exemplificar como um contrato de compra e venda de um carro, por exemplo, trará mais segurança para as duas partes do negócio, porque ambas terão certeza da transferência do recurso e da propriedade do carro quando elas acontecerem.
SVR
O diretor lembrou que ainda há R$7,4 bilhões que não foram resgatados por meio do sistema. “É fácil, é rápido, é gratuito fazer o resgate.”
Manifestações de servidores do BC
Servidor do BC há 20 anos, Moura comentou sobre a atual situação do quadro funcional do banco.
“Eu e vários outros dirigentes do BC sempre falamos que os produtos que o BC entrega são fruto do trabalho e da competência dos servidores do BC. Sem o trabalho desses colegas não haveria Pix, Drex, SVR, mas o reconhecimento tem sido apenas em palavras. Outras carreiras similares tiveram reajustes, e o BC ficou para trás. E o trabalho aqui só aumentou. Em dez anos, perdemos 800 colegas, por aposentadorias. Chegamos ao limite, precisamos de solução do governo para recuperar a capacidade de entrega da nossa equipe. O prejuízo maior é para o Brasil. Basta aplicar ao BC o que já foi feito para carreiras semelhantes”, afirmou.
Reservas internacionais
“Grande parte dela foi feita com emissão de dívida. Ela funciona como colchão de segurança, tem sido muito útil para servir de colchão para absorver choques internacionais. É importante que mantenhamos colchão de reservas internacionais, que atualmente considero estar em nível adequado.”
Assista à live na íntegra aquiopen_in_new.