Isso, segundo ele, mostra a posição que elas têm na estrutura musical do país, dá visibilidade à mulher compositora e cantora e, ao mesmo tempo, reafirma a força do Sabadinho Bom como um evento cultural, social e de encontro das famílias de João Pessoa, na Praça Rio Branco. “É extremamente importante para nós, nesse período que vivemos. É um momento muito especial para a cultura de João Pessoa e para a cultura brasileira. E todos ganham ao termos as mulheres na roda de samba no Sabadinho Bom, o público, a sociedade e a Funjope, porque conseguimos marcar essa presença feminina forte no samba de João Pessoa e no samba brasileiro”, acrescenta o diretor.
Para a cantora Clara Bione, líder do grupo, o Sabadinho Bom é um projeto de grande importância, onde todos têm a oportunidade de conhecer a musicalidade paraibana. “Sempre que posso, estou lá como apreciadora e é belíssimo ver os senhores e senhoras dançando o chorinho, o samba, de uma riqueza que jamais pode deixar de existir. As gerações se encontram para vivenciar a arte acessível a todos”, declara.
O repertório, que tem o samba como carro-chefe, foca nas mulheres compositoras, como Ivone Lara, Teresa Cristina e também traz composições de Clara Bione. Músicas como Sonho Meu, de Ivone Lara; Candeeiro, de Teresa Cristina; Conchinhas do mar, de Clara Bione, além de outras músicas compostas por mulheres.
Mulheres na Roda de Samba traz em sua formação Mariana Rampazzono surdo e percussão geral; Dayse Fonseca no cavaquinho e voz; Soraya Longo na voz; Clara Bionena voz e pandeiro; Mariana Bulhões no violão; Flávia Araújo na voz e tantan.
“Para o grupo Mulheres na Roda de Samba tocar no Sabadinho Bom é um momento de grande importância. Uma grande alegria estar apresentando um samba composto por mulheres protagonistas. Queremos sentir toda a energia que o público do Sabadinho Bom sempre leva no samba com essa mulherada arretada”, afirma Bione.
Ela ressalta ainda que, durante muito tempo, o samba foi um reduto masculino, onde a mulher não tinha vez e a música composta por mulheres não era permitida. “A grande Ivone Lara usou, durante muito tempo, um pseudônimo masculino para ter sua música aceita. Samba é luta, resistência, e convido, com todo carinho, nossa cidade a prestigiar o samba protagonizado por mulheres. Salve, salve as Mulheres na Roda de Samba. Chega junto que vai ser um momento lindo”, completa a cantora.
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Texto: Lucilene Meireles
Edição: Felipe Silveira
Fotografia: Daniel Silva